quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Cenário político com toque feminino

Joyce Cunha

Nunca antes as mulheres tiveram tantas chances de ocupar o mais alto cargo do executivo em nosso país. Apesar de não ser oficial, Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) são as mais cotadas em seus partidos para a próxima disputa eleitoral à Presidência da Repúblicas, em 2010.

Desde 2005, Dilma Rousseff é ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da República. Já Marina Silva, recentemente filiada ao Partido Verde, é Senadora pelo Estado do Acre. Ocupou o cargo de Ministra do Meio Ambiente de 2003 a 2006, na época em que era filiada ao Partido dos Trabalhadores.

Ambas possuem trajetória política notável. Enfrentaram desafios para consolidar suas participações em cargos importantes no cenário político brasileiro e hoje são exemplos de mulheres que conquistaram espaço na política.

“Para estar onde estão certamente enfrentaram muito mais barreiras que os homens enfrentariam em condições iguais”, opinou uma das componentes da equipe técnica da Sempreviva Organização Feminista, Maria Fernanda Pereira Marcelino.

A participação feminina nessa área teve avanços nas últimas décadas. A confiança dos eleitores em representantes mulheres também registra marca significativa. Pesquisa divulgada em março deste ano pelo Ibope, feita em conjunto com o Instituto Patrícia Galvão e o Cultura Data, revelou que 90% dos brasileiros elegeriam uma mulher para cargo público. Desse grupo, 67% das pessoas votariam em uma mulher para prefeito, governador e presidente.

Apesar do crescimento da participação feminina na política, Maria Fernanda acredita que a representatividade das mulheres ainda é pequena. “Em um momento em que o feminismo estava pautando mais as políticas, os candidatos eram obrigados a dizer qual a postura deles diante de assuntos polêmicos. Agora como o aborto, por exemplo, é um assunto que perde voto eles preferem se omitir, e elas também”, declarou.

2 comentários:

  1. A visibilidade feminina na política brasileira realmente aumentou, mas ainda falta muito para nos igualarmos aos homens nesse meio.
    Concordo com a Maria Fernanda quando diz que "não basta ser mulher". Algumas mulheres podem ser tão machistas quanto os homens.
    Creio que o importante não é o sexo de seu candidato, mas sim o trabalho que ele pode fazer por você e pelo nosso povo.
    2010 já está aí!

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  2. O papel das mulheres no cenário político brasileiro passou a ter mais relevância após o golpe militar de 1964. Houve participação feminina em organizações políticas clandestinas de esquerda e em grupos guerrilheiros, que contavam com, sobretudo, jovens intelectualizadas, ainda que em número muito inferior à masculina. Essa militância, apesar de não possuir caráter feminista, foi um avanço na liberação da mulher, especialmente se comparada àquela das “mães-esposas-donas-de-casa”, que se organizaram a favor do golpe de 1964.
    Em adição, apesar de não haver meios de analisar os processos sociais incidentes sobre a “exclusão” das mulheres no campo político, pode-se observar que a consolidação da democracia tem contribuído para aumentar o número de mulheres em cargos públicos, bem como em processos de tomada de decisão.
    Assim, se comparado a tempos distantes, o atual cenário político nacional está munido de mulheres em número, apesar de ainda pequeno, nunca antes visto em nossa história.

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