domingo, 29 de novembro de 2009

E os nossos exames?

      Pamela Lopes  

          A notícia veio de longe, mais precisamente dos Estados Unidos e as recomendações para dois dos mais importantes exames femininos mudaram. Os médicos estão divididos. A mamografia e o papanicolau agora já não são mais feitos anualmente.

            A orientação divulgada recentemente prevê mamografia a partir dos 50 anos- não mais dos 40- e realizadas a cada dois anos. Já o papanicolau, que rastreia o cancêr do colo do útero, deve ser realizado a partir dos 21 anos. A frequência, que também era anual, para a ser bienal.

           Segundo alguns especialistas, os exames propiciam o diagnóstico precoce do cancêr e podem salvar muitas vidas, portanto, o melhor é fazê-los anualmente. Mas outros especialistas também acreditam que o alto índice de diagnósticos errados prejudica a saúde das pacientes.

           O SUS - Sistema Único de Saúde- já seguia as diretrizes agora divulgadas pelos Estados Unidos. Ou seja, pouca coisa muda na saúde pública. Sem saber muito bem o  que fazer, o que nos resta é conversar com um médico de nossa confiança, para nos sentirmos seguras e protegidas, sem, é claro, esquecer dos exames.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Papel da mulher e mudanças climáticas

Joyce Cunha

Que o planeta já enfrenta e ainda enfrentará as consequências das mudanças climáticas todos sabemos. A novidade é que deverão ser incorporados ao debate internacional sobre a questão os aspectos demográficos e o papel da mulher. A informação foi divulgada ontem, dia 18, pelas Nações Unidas, no relatório “Enfrentando um mundo em transição: mulheres, população e clima”.

Segundo o texto, que menciona estudo da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico, as mulheres são mais preocupadas com o ambiente e que por esse motivo poluem menos que os homens. Em países industrializados, por exemplo, são as mulheres que consomem em maior quantidade produtos que tem menor impacto no meio ambiente e têm maior tendência de reciclar resíduos.

Entre as razões para os impactos femininos no meio ambiente serem menores estão as desigualdades de acesso aos recursos econômicos, em países industrializados ou em desenvolvimento, e até mesmo questões relacionadas à alimentação, já que as mulheres consomem porções menores de carne e alimentos em geral e seguem regimes alimentares que priorizam o consumo de legumes.

A Patrona do Feminismo no Brasil, Rose Marie Muraro, acredita que a mulher terá papel ecológico na construção do futuro. “O homem se tornou competitivo num período histórico, quando inventou o dinheiro, e então destruiu os recursos naturais. As mulheres continuam solidárias porque dão origem à vida, alimentam e tomam conta da vida, e está trazendo o homem um pouco mais para essa solidariedade”.

Ainda segundo o relatório das Nações Unidas, a redução da natalidade é um ponto importante para que a população tenha maior resistência ao impacto das mudanças climáticas. A redução da população contribuiria, entre outros, para a diminuição da emissão de gases poluentes no futuro.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

'Viagra' feminino

Carolina Mischiatti

O jornal britânico The Independent divulgou nesta segunda-feira que um medicamento, que deveria ter como função combater a depressão feminina, teve seus efeitos colaterais alterados. Os principais resultados apresentados pelas 1.946 mulheres que tomaram 100 miligramas do Flibanserin por dia foram aumento da libido, diminuição do estresse relacionado a problemas sexuais e um maior número de relações íntimas satisfatórias.

Três, dos quatro testes clínicos em série com o medicamento, tiveram seus resultados apresentados na cidade de Lyon, na França, hoje, no Congresso da Sociedade Europeia para a Medicina Sexual.

O Flibanserin já chega a ser comparado ao Viagra, pois o desejo sexual diminuído é a principal queixa feminina quando se trata de problemas sexuais. Já para os homens, o reflexo mais notado desses problemas é a diminuição ou falta da ereção.

O próprio Viagra não foi elaborado para fins sexuais. O objetivo farmacêutico era tratar dores no peito, relacionadas a doenças cardíacas, como a angina.

O comprimido azul, lançado há 11 anos, é considerado revolucionário por ajudar milhares de homens com disfunção erétil. Segundo a Pfizer, a cada segundo, seis dessas pílulas são vendidas no mundo. O Viagra já foi usado por mais de 35 mil homens e é comercializado em 120 países.

As quase 2 mil mulheres que participaram do novo tratamento tinham desde 18 anos até a pré-menopausa e tomaram o medicamento durante 24 semanas. Resta saber se o comprimido feminino terá a mesma aceitação do masculino.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Homem é promovido três vezes mais do que mulher

Pamela Lopes

Homens são promovidos até três vezes mais do que mulheres, constatou uma pesquisa realizada pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do Governo Federal.

Entre as quase 1.600 pessoas promovidas a cargos de gerência ou diretoria,apenas 23% são mulheres.  Vale lembrar que a pesquisa incluiu mais de 70 empresas consideradas as maiores do país .

Regina Vaz, especialista em relacionamentos e consultora empresarial explica o que a pesquisa apontou: “As mulheres estão investindo mais na carreira, mas ainda há aquele homem que ocupa o cargo mais alto e dá preferência ao indivíduo do mesmo sexo. A mulher sempre percorre um caminho mais longo do que o homem para alcançar um cargo de destaque, talvez até por puro preconceito”.

Tudo bem meninas, essa situação é passageira. Quer dizer, tomara que seja mesmo. Enquanto os homens são mais promovidos, por competência ou machismo, quem vai saber, as mulheres investem mais em educação, prova disso é que somos maioria nas universidades.




terça-feira, 10 de novembro de 2009

Reta final das modernas, mas nem tanto


Estamos na reta final da elaboração de nosso livro-reportagem "Moderna, mas nem tanto". Continuamos atentas aos acontecimentos diários no universo feminino, conhecendo novas histórias e compreendendo ainda mais os desejos das mulheres hoje. Nos últimos dias, porém, estamos nos dedicando também aos detalhes da produção de nosso trabalho.

Diagramação, arte e impressão do livro são algumas das questões que estão em andamento. Separamos imagens de mulheres que nos contam suas histórias, para que os leitores conheçam um pouco mais dessas personagens. Além disso, fizemos um ensaio fotográfico, com colaboração do fotógrafo Bruno Bocchini, de imagens que buscam representar a mulher moderna.

O resultado final estará disponível em breve. Aguardem!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Caça as bruxas

Pamela Lopes

Esses dias me peguei pensando se o período de caça as bruxas estava de volta. Estranho foi que em menos de uma semana ouvi outras três mulheres falando sobre isso. Pois é, o caso da menina da saia rosa continua e a faculdade dando seu atestado de burrice expulsou e reintegrou a aluna em menos de uma semana.

Para quem não sabe, caça as bruxas foi o período, da idade média e moderna, em que as mulheres eram perseguidas e jogadas na fogueira, por causa de qualquer motivo que a Igreja e a Corte da época julgasse forte o suficiente para matá-las, mas que na realidade não passava de preconceito e ignorância.

Das mais de 50 mil mulheres mortas, pouco lembramos. Mas talvez essa menina tenha aparecido para mostrar que pouco mudou de lá pra cá. Nas ruas ainda se houve que a culpa é dela por usar um vestido curto. Ora, que ironia... Culpar a vítima ao invés de punir as centenas de pessoas que a agrediram verbalmente e quase que fisicamente.

Talvez muitos não pensem dessa maneira, mas se hoje o comprimento da roupa qualifica uma moça como prostituta, amanhã veremos nossas filhas sendo obrigadas a casar virgem e quem sabe até nossas netas perderão todo o espaço e a liberdade que estamos conquistando.

Mulheres, cuidado, nós somos a maior vítima do machismo que nós mesmas cultivamos.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Cresce o número de grávidas acima dos 30 anos


Carolina Mischiatti

Cursar a faculdade, ter uma boa posição no emprego, manter um bom relacionamento amoroso, ter uma vida financeira tranquila. Cada vez mais mulheres preferem construir uma vida estável antes de dar um dos passos mais importantes de suas vidas: engravidar.

Cresce o número de mulheres que optam por engravidar depois dos 30. O que antes era considerado gravidez de alto risco, tem se tornado cada vez mais comum entre as brasileiras. Dados do IBGE mostram que de 1991 até 2000, houve um aumento de 27% no número de grávidas por volta dos 40 anos.

É aconselhável que uma mulher que pretenda ser mãe tardiamente, procure um médico com cerca de três meses de antecedência, para realizar exames que diagnostiquem se ela está com a saúde em dia. Isso porque, apesar dos avanços da medicina, as chances de engravidar diminuem com o passar dos anos, pois os óvulos se tornam menos capazes de serem fecundados. Enquanto até os 30 anos a chance mensal é de 20%, depois dos 40, estima-se em apenas 5% as chances de engravidar, ao mês. Além disso, aumenta a probabilidade de aborto espontâneo.

Outra complicação mais comum nas grávidas acima dos 35 anos é a má formação do feto, em que o bebê pode ter Síndrome de Down ou até mesmo ocasionar um aborto espontâneo.

Mas os riscos não devem desanimar as futuras mamães. Assim como demonstra a pesquisa do IBGE, optar pela maternidade depois dos 30 está cada vez mais comum e com acompanhamento médico e um bom pré-natal é possível dar a luz na hora que decidir. Exemplos de famosas não faltam. Entre elas, Nicole Kidman, Cássia Kiss, Sílvia Poppovic, Myriam Rios...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Minissaia

Pamela Lopes

Aluna é hostilizada por usar minissaia em São Paulo. É assim que um grande portal dá a notícia:

“Uma aluna do curso de turismo da Universidade Bandeirantes, campus de São Bernardo do Campo, no ABC, na Grande São Paulo, teve que deixar a instituição de ensino escoltada pela Polícia Militar. A estudante foi alvo de ofensas de colegas, que a chamaram de "vagabunda", por estar usando uma minissaia. Alguns jovens chegaram a cercá-la e a intimidá-la”

Uma minissaia, alunos com alma de vândalos e uma aluna que não vai mais as aulas com medo. Mais que isso: uma situação que reflete uma sociedade sem respeito pela liberdade e pelos direitos das mulheres.

Quantas mulheres foram à luta para garantir que fossemos donas de nossos corpos? Quer dizer que uma mulher não pode se vestir como bem entende sem sofrer preconceito?

PRECONCEITO.

Toda mulher deveria sair pelas ruas defendendo essa garota. Mas não. Ainda vivemos em um mundo repleto de mulheres machistas, em que é mais fácil rotular de puta do que abraçar a causa de outra mulher.

Isso me dá saudade de ver as moças da Jovem Guarda quebrando as regras para poderem mostrar suas pernas e das mulheres do feminismo, que lutaram tanto e hoje parecem esquecidas em meio a atitudes como essa!

Fonte: globo.com